Barulho

Perturbação do sossego segue na avenida Salgado Filho

Secretaria de Segurança Pública de Pelotas garante a retomada das ações no local, reduzidas em maio para o atendimento das pessoas atingidas pela enchente

Divulgação - Guarda Municipal vai intensificar ações

Cinco meses após o Diário Popular relatar o drama de moradores da avenida Salgado Filho nas madrugadas dos finais de semana, o problema segue e na mesma intensidade. Na ocasião, o espaço ocupado por grupos que escutavam som alto e gostavam de curtir o “corte de giro” das motos era o estacionamento do Stock Center e da Havan. Com o fechamento dos locais, a turma só se transferiu para as calçadas da avenida, o que fez o som se propagar a distâncias maiores, segundo relatos que chegaram à reportagem. Solução para o caso de contravenção penal, ou seja, crime de menor potencial ofensivo, é preciso a vítima, o autor e a materialidade, o que geralmente não ocorrem, pois a cada denúncia anônima, quando a polícia de desloca até a via, o som já baixou e a ocorrência de perturbação do sossego não é concretizada. Já a Secretaria de Segurança Pública de Pelotas garante que irá retomar as ações no local.

A dimensão do problema está nos relatos dos moradores que residem a quilômetros de distância da aglomeração. Uma pessoa que prefere não se identificar mora na avenida com a rua São Cristóvão. Ela conta que toda noite de sábado começa seu drama. “É aquele batidão estrondoso e muitos roncos de motos. Por volta 23h já tem aglomeração, mas pelo que escuto, o som mais alto começa por volta da meia-noite e vai até amanhecer. Neste final de semana estava de mais. O barulho se escutava lá na rua Professor Mário Peiruque. Aqui, parecia ser na frente”, disse a moradora. Ela confessa que praticamente não dorme, mesmo tomando medicamentos. “Seis horas já estava levantando para encarar um plantão de 12h. Está bem complicado. Sei que alegam que precisam curtir, se divertir, e até comparam com a nossa época de adolescente na avenida Bento Gonçalves. Mas nem de perto chega a movimentação de hoje em dia. Além da mistura de som, batidão com baixaria, as motos acelerando podem colocar em risco motoristas que precisam acessar a via”, desabafou.

Um morador do Moradas Club 2, perto do Sest/Senat, que autorizou informar seu primeiro nome, Gabriel, conta que da sua casa escuta o som. “Todas as madrugadas de sábado para domingo o som chega até a minha casa. Parece ser ao lado do condomínio. No último final de semana terminou só às 6h de domingo. É uma falta de respeito com quem trabalha domingo, como no meu caso que sou vigilante, e minha esposa que é técnica de enfermagem. Nós trabalhamos em escalas de 24 horas, temos filho pequeno”, relatou. Ele acredita que o trabalho iniciado pelas forças de segurança não deva estar mais ocorrendo.

Em mais um relato de morador, a situação se repete. “Isso acontece de sexta para sábado, de sábado para domingo e nas vésperas de feriados. No começo, a polícia vinha e eles iam embora. Mas agora, não vem mais. Aí virou terra de ninguém”, disparou.

Retorno das ações
O comando do 4º Batalhão de Polícia Militar (4ºBPM) admite que esse é mais um dos locais que sofre pela perturbação da tranquilidade. “Promovida por pessoas desajustadas que não respeitam os limites da boa convivência”, completou o comandante, tenente-coronel Paulo Renato Scherdien. Ele explica que toda a comunicação recebida pelo telefone 190, viaturas são despachadas para averiguação. Mas na maioria das vezes, a BM chega ao local e, pela presença policial, o som e a perturbação diminuem. “O delito é uma contravenção penal que necessita de vítima, o autor e a materialidade (som, barulho, gritaria) para que o policial realize o Termo Circunstanciado. Ocorre que muitas vezes a vítima não tem interesse em realizar o registro para que se dê andamento ao processo”, esclareceu. Atualmente, a Lei Municipal tem como área de restrições a região da rua Gonçalves Chaves, onde existe a restrição de consumo e venda de bebidas alcoólicas em via pública, a partir de certo horário.


Planejamento
Conforme a secretária de Segurança Pública, Cíntia Aires, a perturbação do sossego público é algo que tem demandado muito das forças de segurança, um problema mapeado pela Secretaria, que não se dá somente naquele espaço. Neste sentido, a pasta planeja ações em todos os locais onde há registro desse tipo de problema. Visando isonomia no atendimento e policiamento, são realizadas várias ações por semana visando coibir a perturbação do sossego. Porém, nestas últimas semanas as ações precisaram estar voltadas ao cuidado de pessoas atingidas pela enchente, que perderam suas casas. A Secretaria está apoiando a Defesa Civil em toda e qualquer necessidade deste contingente afetado. Por esse motivo, infelizmente, diminuiu o efetivo dirigido a essas ações, e nesse local específico, por ter uma quantidade muito grande de público, uma viatura é incapaz de conter tamanha aglomeração.

A Secretaria Municipal de Segurança Pública está retomando os atendimentos e a avenida Salgado Filho é um dos locais prioritários para uma ação.

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